quarta-feira, 17 de março de 2010

Cigano

Seria esta a porta da minha insensatez?
Por que me atrai o perigo nesta curva escorregadia?
O riso dos teus olhos é o risco que me expõe à morte... o desejo incontido nos cabelos revoltos ao vento... o gesto tímido que tenta esconder algo que não sei.
Algo brando como aragem vespertina que acalenta os sonhos despudorados da noite enquanto o olhar se perde na imensidão do horizonte.
A sede por tua boca é provocação à loucura, um devaneio solitário que fustiga o coração.
E deslizar suave por teu pescoço, ouvindo as notas de teu perfume e me deixando embalar por teus suspiros... repousar minha cabeça em teu colo, como quem experimenta ouvir teu coração chamar.
Lançarei paciente o meu corpo em tuas mãos... deixarei que me guies nas águas das tuas delícias... e como vinho maduro, suavemente, me embriague no teu prazer.
Serei um cigano errante a passear por teus sonhos... rasgando meu peito em saudades... suplicando por teu carinho.

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