Por cada curva da vida, me abracei à surpresa, para sorrir com seus gracejos ou chorar com as dores que me ofereceu.
Mas o tempo mostrou-se amigo e me apresentou a resignação.
Como foi difícil conviver com essa nova companheira, porque o coração do homem é bravio (ou será imprudente?), tende a correr para a morte, enfrentar o desafio, numa ânsia de desvendar o que não se pode conhecer.
Então, o amigo tempo foi levando meus passos ao encontro de uma nova amiga: a experiência. E ela me mostrou que viver com a resignação, não é fazer morada na fraqueza ou tornar-se impassível, insensível ou sem vigor. É dar à luz da vida o contentamento, filho da fé e da esperança.
Como o tempo nos faz crescer, quando ouvimos os sussurros do passado, refrescando nossa memória como a brisa matinal. Assim, já não nos desesperamos com as artimanhas da surpresa, mas aprendemos a responder mansamente: "O Senhor sabe tudo!"
A fé nos arrebata da terra e nos faz enxergar mais longe. E, à medida que o tempo passa e a fragilidade nos alcança o corpo, torna-se mais fácil saber que todas as coisas, realmente cooperam para nosso bem. E como seria bom que os jovens compreendessem essa verdade que muitos velhos já não querem crer!
Existem situações que são inexplicáveis para nós. Doem, angustiam, machucam. Sofremos, choramos e massageamos o coração como a um membro cansado e dolorido pelo esforço contínuo.
Não raro, passam despercebidas como fatos que moldam nosso caráter, testam nossa resistência, ensinam-nos novos caminhos, portanto, são muito mais relevantes por seus benefícios do que pela dor que nos causam.
Nossa grande luta é não nos deixar ficar na surpresa, todavia, saber que o Senhor sabe tudo e tem o controle da história.
"Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos coração sábio."
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